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% (find-LATEX "2025-2-C2-porque-maxima.tex") % (defun c () (interactive) (find-LATEXsh "lualatex -record 2025-2-C2-porque-maxima.tex" :end)) % (defun C () (interactive) (find-LATEXsh "lualatex 2025-2-C2-porque-maxima.tex" "Success!!!")) % (defun D () (interactive) (find-pdf-page "~/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf")) % (defun d () (interactive) (find-pdftools-page "~/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf")) % (defun e () (interactive) (find-LATEX "2025-2-C2-porque-maxima.tex")) % (defun o () (interactive) (find-LATEX "2025-2-C2-intro.tex")) % (defun u () (interactive) (find-latex-upload-links "2025-2-C2-porque-maxima")) % (defun v () (interactive) (find-2a '(e) '(d))) % (defun d0 () (interactive) (find-ebuffer "2025-2-C2-porque-maxima.pdf")) % (defun cv () (interactive) (C) (ee-kill-this-buffer) (v) (g)) % (defun oe () (interactive) (find-2a '(o) '(e))) % (code-eec-LATEX "2025-2-C2-porque-maxima") % (find-pdf-page "~/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf") % (find-sh0 "cp -v ~/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf /tmp/") % (find-sh0 "cp -v ~/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf /tmp/pen/") % (find-xournalpp "/tmp/2025-2-C2-porque-maxima.pdf") % file:///home/edrx/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf % file:///tmp/2025-2-C2-porque-maxima.pdf % file:///tmp/pen/2025-2-C2-porque-maxima.pdf % http://anggtwu.net/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf % (find-LATEX "2019.mk") % (find-Deps1-links "Caepro5 Piecewise2 Maxima2") % (find-Deps1-cps "Caepro5 Piecewise2 Maxima2") % (find-Deps1-anggs "Caepro5 Piecewise2 Maxima2") % (find-MM-aula-links "2025-2-C2-porque-maxima" "2" "c2m252porquemaxima" "c2pm") % «.defs» (to "defs") % «.defs-T-and-B» (to "defs-T-and-B") % «.defs-caepro» (to "defs-caepro") % «.defs-pict2e» (to "defs-pict2e") % «.defs-maxima» (to "defs-maxima") % «.defs-V» (to "defs-V") % «.defs-toc» (to "defs-toc") % «.defs-toclines» (to "defs-toclines") % «.title» (to "title") % «.links» (to "links") \documentclass[oneside,12pt]{article} \usepackage[colorlinks,citecolor=DarkRed,urlcolor=DarkRed]{hyperref} % (find-es "tex" "hyperref") \usepackage{amsmath} \usepackage{amsfonts} \usepackage{amssymb} \usepackage{pict2e} \usepackage[x11names,svgnames]{xcolor} % (find-es "tex" "xcolor") \usepackage{colorweb} % (find-es "tex" "colorweb") %\usepackage{tikz} % % (find-LATEX "dednat7-test1.tex") %\usepackage{proof} % For derivation trees ("%:" lines) %\input diagxy % For 2D diagrams ("%D" lines) %\xyoption{curve} % For the ".curve=" feature in 2D diagrams % \usepackage{edrx21} % (find-LATEX "edrx21.sty") \input edrxaccents.tex % (find-LATEX "edrxaccents.tex") \input edrx21chars.tex % (find-LATEX "edrx21chars.tex") \input edrxheadfoot.tex % (find-LATEX "edrxheadfoot.tex") \input edrxgac2.tex % (find-LATEX "edrxgac2.tex") % % (find-es "tex" "geometry") \usepackage[a6paper, landscape, top=1.5cm, bottom=.25cm, left=1cm, right=1cm, includefoot ]{geometry} % \begin{document} % «defs» (to ".defs") % (find-LATEX "edrx21defs.tex" "colors") % (find-LATEX "edrx21.sty") \def\drafturl{http://anggtwu.net/LATEX/2025-2-C2.pdf} \def\drafturl{http://anggtwu.net/2025.2-C2.html} \def\draftfooter{\tiny \href{\drafturl}{\jobname{}} \ColorBrown{\shorttoday{} \hours}} % (find-LATEX "2024-1-C2-carro.tex" "defs-caepro") % (find-LATEX "2024-1-C2-carro.tex" "defs-pict2e") \catcode`\^^J=10 \directlua{dofile "dednat7load.lua"} % (find-LATEX "dednat7load.lua") \directlua{dednat7preamble()} % (find-angg "LUA/DednatPreamble1.lua") \directlua{dednat7oldheads()} % (find-angg "LUA/Dednat7oldheads.lua") % «defs-T-and-B» (to ".defs-T-and-B") \long\def\ColorDarkOrange#1{{\color{orange!90!black}#1}} \def\T(Total: #1 pts){{\bf(Total: #1)}} \def\T(Total: #1 pts){{\bf(Total: #1 pts)}} \def\T(Total: #1 pts){\ColorRed{\bf(Total: #1 pts)}} \def\B (#1 pts){\ColorDarkOrange{\bf(#1 pts)}} % «defs-caepro» (to ".defs-caepro") %L dofile "Caepro5.lua" -- (find-angg "LUA/Caepro5.lua" "LaTeX") \def\Caurl #1{\expr{Caurl("#1")}} \def\Cahref#1#2{\href{\Caurl{#1}}{#2}} \def\Ca #1{\Cahref{#1}{#1}} % «defs-pict2e» (to ".defs-pict2e") %L dofile "Piecewise2.lua" -- (find-LATEX "Piecewise2.lua") %L --dofile "Escadas1.lua" -- (find-LATEX "Escadas1.lua") \def\pictgridstyle{\color{GrayPale}\linethickness{0.3pt}} \def\pictaxesstyle{\linethickness{0.5pt}} \def\pictnaxesstyle{\color{GrayPale}\linethickness{0.5pt}} \celllower=2.5pt % «defs-maxima» (to ".defs-maxima") %L dofile "Maxima2.lua" -- (find-angg "LUA/Maxima2.lua") \pu % «defs-V» (to ".defs-V") %L --- See: (find-angg "LUA/MiniV1.lua" "problem-with-V") %L V = MiniV %L v = V.fromab \pu % «defs-toc» (to ".defs-toc") % (find-es "tex" "hyperref-hyperlink") \def\linktopage#1#2{\hyperlink{page.#1}{#2}} \def\mytocslide#1#2#3{\par\linktopage{#1}{#3} \dotfill \; 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Eu assisto, confirmo que era mais um caso de ``level reduction'', {\bf Continuação 2:} Em todas as aulas depois desse dia eu peço de novo pra pessoa me mandar o link do vídeo, explico de novo as razões, e imploro de joelhos... e um mês depois ela me manda O NOME DE UM CANAL. Muito ódio }\anothercol{ }} \newpage %-- mao-direita % «mao-direita» (to ".mao-direita") % (c2m252porquemaximap 4 "mao-direita") % (c2m252porquemaximaa "mao-direita") % (c2m252introp 47 "mao-direita") % (c2m252introa "mao-direita") \SLIDE{Nem que seja pra salvar a sua mão direita} \scalebox{0.475}{\def\colwidth{12cm}\firstcol{ {} As pessoas são muito diferentes, e às vezes uma pessoa faz algo que é natural pra ela mas que pra gente não faz sentido nenhum, e a gente leva anos pra começar a entender como ela estava pensando... deixa eu dar alguns exemplos. \begin{itemize} \item Os meus coleguinhas não me mostravam nada do material dos cursos deles ``porque eu não merecia'', \item pra mim era natural levar a Selana pras aulas extras de dúvidas que eram no container perto da quadra porque aparentemente todos os alunos adoravam ela, \item pra várias pessoas do PURO era tão óbvio que eu precisava ser punido que elas resolveram fazer um monte de coisas -- inclusive abrir um processo administrativo contra mim -- baseadas em acusações falsas. \end{itemize} Agora deixa eu contar uma coisa que me dá \standout{MUITO} ódio. Durante anos eu nem demonstrei que eu ficava com ódio e aí ninguém sabia, mas acho que agora tá na hora de contar. \ssk Desde o início da pandemia -- em 2020 -- eu comecei a pedir pros alunos me mostrarem o material dos cursos dos outros professores... e de lá pra cá eu só consegui que me mostrassem um PDFzinho que o Fabinho disribuiu, uma foto de um quadro do Reginaldo, uma folha de exercícios do Antônio, e um aluno me mostrou uma página de um caderno dele -- {\sl quatro coisas pequenas em seis anos}. }\anothercol{ {} Pros alunos é natural eles não mostrarem nada -- mas pra mim é absurdo, surreal, e super-hiper-mega-péssimo. \ssk Lembra que muitas às vezes os alunos acham que o que eu tou apresentando nas minhas aulas tá ERRADO -- por exemplo, algo sobre a Regra da Cadeia -- porque não parece com o método pra Regra da Cadeia que eles aprenderam nas aulas de algum outro professor -- digamos, o Antônio... \ssk Se eles me mostrassem o caderno deles de quando eles fizeram aula com o Antônio a gente resolveria isso super rápido -- eu confirmaria que o método que eles aprenderam é uma ``level reduction'', como nestes links, \msk \par \Ca{RestIsAlgebraP70} (p.53) 3.6 Level Reduction \par \Ca{RestIsAlgebraP75} (p.58) but at the next level, a square is a special case of a rectangle \par \Ca{RestIsAlgebraP76} (p.59) various devices such as color \par \Ca{RestIsAlgebraP77} (p.60) resort to learning procedurally to gain the pleasure of passing tests \msk eu mostraria a parte da figura que eles não aprenderam direito, eles veriam num instante como todas as idéias se encaixam, {\sl e eu teria mais um exemplo pro artigo que eu tou escrevendo}... \ssk Só que os alunos do PURO não me mostram o material das aulas que eles fizeram com outros professores de jeito nenhum, mesmo que eu passe o semestre inteiro pedindo pelamordedeus pra eles mostrarem... eu não sei direito porquê porque eles não explicam direito, mas eu ACHO que é 10\% por desorganização, 10\% vergonha e 80\% porque eles são obcecados por privacidade, tipo porque eles têm medo de serem processados, algo assim... }} \newpage %-- mao-direita-2 % «mao-direita-2» (to ".mao-direita-2") % (c2m252introp 48 "mao-direita-2") % (c2m252introa "mao-direita-2") \SLIDE{Nem que seja pra salvar a sua mão direita (2)} \scalebox{0.5}{\def\colwidth{11.5cm}\firstcol{ Então eu vou fazer o seguinte: toda vez que algum aluno me disser algo como ``isso que você tá mostrando não parece com como a gente viu esse assunto nas aulas do Antônio'' eu vou interpretar como se ele estivesse me dizendo uma versão curta disto aqui: \begin{itemize} \item isso que você tá mostrando não parece com como a gente viu esse assunto nas aulas do Antônio, \item isso que você tá mostrando tá ERRADO, \item o que eu aprendi com o Antônio é que tá certo, \item eu não lembro direito como eu aprendi isso nas aulas do Antônio, \item eu não vou te mostrar nada do que eu lembro, \item eu não vou te mostrar o meu material das aulas do Antônio - nem o meu caderno e nem as folhas que ele distribuía - e nem vou explicar porquê que eu não vou mostrar... vou só ficar te enrolando toda vez que você pedir. \end{itemize} Eu vou usar uma expressão bem pesada pra me referir a isso - baseada numa cena que eu imaginei uma vez quando eu tava tendo um ataque de ódio sozinho lembrando disso... a expressão é "nem que seja pra salvar a sua mão direita". Obs: só a Selana me assistiu tendo esse ataque de ódio. }\anothercol{ Imagina que eu e os meus colegas/capangas sabemos que você guarda o seu caderno da matéria que matéria que você fez com o Antônio na sua casa. A gente entra lá, encosta as costas da sua mão esquerda na parede, e dá um tiro na palma da sua mão esquerda... e a gente diz: mostra pra gente o seu caderno da matéria com o Antônio senão a gente fura a sua outra mão. \msk \standout{Nessa situação você mostraria o caderno?} Seja sincero: NÃO, NÉ?... E aí a gente te pergunta porque você não quer mostrar, e você não consegue explicar... e a gente dá um tiro na palma da sua mão direita. \msk Esse exemplo é meio bruto mas ele serve pra gente pensar em termos de \standout{atenuantes}. Normalmente você teria medo de ser processado se mostrar o seu caderno da matéria do Antônio, mas ninguém tem como processar você {\sl por ter mostrado o seu caderno pra pessoas que já deram um tiro na palma da sua mão e tão ameaçando atirar na palma da sua outra mão...} né? \bsk Agora quando algum aluno me disser ``isso não parece com o que eu aprendi na matéria do Fulano'' eu não vou mais ficar implorando pra ele me mostrar o que ele aprendeu na matéria do Fulano, porque hoje em dia eu já sei que não adianta... eu vou responder ``tá, mas você não vai me mostrar o que você aprendeu na matéria do Fulano {\sl nem que seja pra salvar a sua mão direita}, né? \standout{ENTÃO FODA-SE}.'' }\anothercol{ }} \newpage %-- um-mundo-sem-lei % «um-mundo-sem-lei» (to ".um-mundo-sem-lei") % (c2m252introp 46 "um-mundo-sem-lei") % (c2m252introa "um-mundo-sem-lei") \SLIDE{Um mundo sem lei} \scalebox{0.4}{\def\colwidth{13cm}\firstcol{ {} Deixa eu começar com uma historinha que é fácil de entender. Em 2013 e 2014 tavam acontecendo montes de protestos no Rio. Eu tava indo em todos os protestos que eu podia, e eu tava tentando ajudar as pessoas de lá que faziam denúncias importantes a deixar as denúncias delas mais visíveis na internet... tem vários links sobre isso na minha página principal. \ssk Aí em 2014 a minha irmã organizou um almoço de família na casa dela, e na conversa eu descobri que ela achava que se um deputado consegue R\$ 50 milhões pra um hospital e desvia o dinheiro isso é grave sim, mas é culpa do povo, que ``votou errado'', e esse deputado tem que ser julgado, mesmo que isso leva 20 anos e tenha 99\% de chance do processo não dar em nada. Aí alguém mencionou um protesto na Cinelândia que teve dezenas de milhares de pessoas e alguém no protesto pichou uma parede, e a minha irmã ficou tão vermelha de ódio que parecia que ela ia explodir, e ela disse que TEM QUE MATAR ESSES VAGABUNDOS!!!!!!!!!!!!, e aquilo me deu engulhos, a gente discutiu, e isso foi um dos (muitos) motivos pelos quais a gente acabou se afastando. \ssk A melhor coisa que eu escrevi naquela época sobre ``tem que matar esses vagabundos!!!'' foi numa discussão no Facebook. É curtinha, tá aqui, leia -- \ssk \url{https://anggtwu.net/uma-policia-que.html} \msk Eu contei essa história porque as pessoas têm noções diferentes do que é ``ético'' e ``anti-ético'', e na maior parte das vezes elas acham que a noção delas é não só ``certa'' como ``óbvia'', e não conseguem explicar ela pros outros. \msk Em uma das reclamações contra mim no fim de 2022.1 -- pouco depois da reunião em que eu fui massacrado e em que alguns colegas me mandaram reprovar todos os alunos que não soubessem o suficiente da matéria, o que tá dando merda até hoje -- um aluno disse que eu ficava falando mal de outros professores, e que isso era anti-ético... e depois teve vários casos de reclamações falsas contra mim -- veja aqui: \ssk % https://anggtwu.net/2025-oficio-da-EP-resp.html \url{https://anggtwu.net/2025-oficio-da-EP-resp.html} }\anothercol{ {} Nos slides anteriores a este eu contei que os alunos não me mostram material dos outros cursos que eles fizeram de jeito nenhum, ``nem que seja pra salvar a sua mão direita''... eu ACHO que eles acham que mostrar material de outros professores é não só anti-ético como GRAVÍSSIMO, mas fazer acusações falsas na coordenação não é grave, colar na prova também não é grave, e denunciar um colega é MUITO, MUITO, MUITO grave -- e eles não podem nem mesmo olhar muito feio pra alguém que cola, ou que faz acusações falsas, ou, sei lá, talvez elas acham que não é problema delas se um colega mente, rouba, mata ou estupra - violar a privacidade dele contando alguma coisa é tão, tão, TÃO grave que elas não podem fazer nada, elas só podem esperar que ou a Polícia ou a Justiça Divina resolvam o problema... ``não é problema delas'', ``elas não podem fazer nada'', ``é melhor elas não se meterem'', etc, etc. \ssk Pra mim isso é uma ``ética'' PÉSSIMA, que até faria algum sentido num mundo em que as autoridades fossem boas em resolver os problemas, mas que é totalmente inadequada num ``mundo sem lei'' -- como o PURO. \bsk Um dos objetivos desse curso é você virar ``uma pessoa com quem vale a pena estudar'' -- isso está no final da Dica 7 -- e uma pessoa que se expõe e em quem todo mundo confie. Se você aprender rápido a fazer ``perguntas boas'' isso vai ser fácil -- você vai ter montes de motivos pra ser honesto -- mas se você não aprender a fazer ``perguntas boas'' até o final do primeiro mês de aulas aí você vai ter todos os motivos pra NÃO ser honesto -- pra você o custo psicológico de fazer uma pergunta vai ser altíssimo e o custo psicológico de colar e de fazer acusações falsas vai ser quase zero, porque afinal de contas você quer passar no curso, e os seus colegas não vão nem olhar muito feio pra você... então eu é que vou ter que fazer alguma coisa: se você chegar no final do primeiro mês de aula e ainda não tiver aprendido a ``fazer perguntas boas'' EU VOU COMEÇAR A TRATAR VOCÊ TÃO MAL QUANTO EU PUDER. Então: CORRA PRA APRENDER, e se você não tiver aprendido até o final do primeiro mês mude pra outra turma -- você vai ser bem mais feliz lá e eu vou ser bem mais feliz com você lá. }} \newpage %-- a-linha % «a-linha» (to ".a-linha") % (c2m252introp 46 "a-linha") % (c2m252introa "a-linha") \SLIDE{You have to draw the line somewhere} \scalebox{0.425}{\def\colwidth{8.25cm}\firstcol{ {} No livro da Liping Ma (link: \Ca{LipingMa}) ela faz uma coisa que eu achei genial e muito impressionante: ela explica um monte de conceitos de Educação Matemática que se aplicam a todos os níveis {\sl usando só exemplos de aritmética.} Neste slide eu vou fazer algo parecido. \ssk Praticamente todos os alunos estão chegando em Cálculo 2 ``sem base'' porque tiveram um Ensino Médio muito ruim, mas alguns estão chegando ``totalmente sem base''. \ssk Imagina que o Tiago é um aluno ``totalmente sem base'', no seguinte sentido: ele sabe resolver $2+x=5$ usando esse método aqui, % $$\begin{array}{rcl} 2+x &=& 5 \\ x &=& 5-2 \\ &=& 3 \\ \end{array} $$ mas se a gente pede pra ele substituir o $x$ do $2+x=5$ por 3 ele não faz a menor idéia do que isso quer dizer, e se a gente pede pra ele testar o resultado dele ele só sabe fazer isso repetindo os mesmos passos e vendo se ele chega no mesmo resultado que antes... conceitos como ``prova real'' não fazem sentido nenhum pra ele. }\anothercol{ {} O Tiago fez C2 comigo, e a P2 tinha uma questão que dizia ``resolva esta equação diferencial daqui e teste a sua solução''. O Tiago tentou resolver a equação diferencial pelo método que ele conhecia e chegou num resultado totalmente errado, o no item do ``teste a sua solução'' ele fez algo totalmente sem pé nem cabeça e terminou o item escrevendo ``o resultado do item anterior é solução da equação diferencial'' -- {\sl porque ele achou que na vista de prova ele poderia fingir que só cometeu um errinho de conta mas fora isso ele sabia todo o resto}. \bsk O Tiago acha que o objetivo do curso de C2 é só você passar em C2, mesmo que você cole na prova. \bsk Os alunos que são ``sem base'' mas não são ``totalmente sem base'' sabem que eles aprenderam um monte de métodos que eles não entenderam direito, mas eles têm uma noção de que ``decorar'' e ``entender'' são coisas bem diferentes. {\sl O Tiago não} -- ele não faz idéia do que seja ``entender'' algo de matemática, ele só decora métodos e acha que não existe outro modo... ou se existir outro modo ele é só pra gênios. \ssk O Tiago tem certeza absoluta de que o erro dele na prova era um erro pequeno, mas por aquele erro e por outros dá pra ver que ele estava num nível baixíssimo... }\anothercol{ {} O pessoal que trabalha com alfabetização tem uma noção muito boa de níveis e dos erros típicos de cada nível. Dê uma lida no \Ca{LemleGTAp20} -- essa página tem este trecho: \begin{quote} Quando o alfabetizando não dá esse passo e aferra-se à primeira hipótese, ele comete falhas típicas de leitura e de escrita. Vamos analisar e compreender a lógica dessas falhas. \end{quote} {\sl Não é fácil passar do nível em que a gente ``decora métodos'' pro nível em que a gente ``entende os conceitos''.} \bsk O pessoal de Educação Matemática tá há décadas estudando como fazer essa passagem de nível acontecer. Aprender a ``entender'' na verdade é aprender um monte de técnicas diferentes -- por exemplo especializar, generalizar, fazer hipóteses e testá-las, entender definições, fazer definições e testá-las, abstrair, traduzir, objetificar, reificar, subjetificar, expandir, contrair, etc... estes dois livros têm bastante material sobre isso -- \Ca{Sfard}, \Ca{TallAMT} -- e às vezes a melhor figura pra visualizar um conceito {\sl agora} é diferente da melhor figura {\sl de um ano atrás}, porque a figura de agora é gerada por um programa que não existia há um ano atrás... }\anothercol{ }} \newpage %-- a-linha-2 % «a-linha-2» (to ".a-linha-2") % (c2m252introp 50 "a-linha-2") % (c2m252introa "a-linha-2") \SLIDE{You have to draw the line somewhere (2)} \scalebox{0.6}{\def\colwidth{9cm}\firstcol{ {} Eu tenho trabalhado bastante em métodos pra fazer os alunos sem base ``mudarem de nível'' em C2, mas os meus métodos não funcionam com todo mundo... \ssk Eu também tenho trabalhado em jeitos de classificar os alunos e traçar uma linha divisória que me permita desistir de alguns alunos. Eu comecei a aprender a pensar nesses termos quando eu li a entrevista da Rev.\ Korda da CoE que tinha estre trecho: \bsk \$@: What about your average American kid who comes across this and says: "Oh, this is just some queer church trying to justify their homosexual activities." The Rush Limbaugh, conservative, right-wing, middle America... living off of Big Macs for most of his life. He sees no reason to change because life for him is really good. What would you tell him? How would you go about converting someone like this? }\anothercol{ {} CK: I don't know what I would say to this hypothetical young folk. Part of running a church is being able to gauge who you can convert and who you can't, and concentrating on those you have some hope for. \ColorRed{You have to draw the line somewhere.} There are several people that I have to draw the line with and realize that I can't help. I'm a very compassionate and open-minded person. I've spent a vast amount of my life energy trying to help the earth, but I have to draw the line somewhere. \ColorRed{No one has infinite energy, and you have to say, ``alright, this person is not listening to what I have to say.''} \bsk (Maxima, chutar e testar, perguntar...) }} \newpage %-- a-linha-3 % «a-linha-3» (to ".a-linha-3") % (c2m252introp 51 "a-linha-3") % (c2m252introa "a-linha-3") \SLIDE{You have to draw the line somewhere (3)} \scalebox{0.6}{\def\colwidth{9cm}\firstcol{ Viciados em ChatGPT e TikTok % (find-es "gimp" "sandman_03_p26") % (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/sandman_03_p26.pdf") % (find-pdf-page "~/LATEX/2025-2-C2-intro/sandman_03_p26.pdf") $$\includegraphics[width=8cm]{2025-2-C2-intro/sandman_03_p26.pdf}$$ }\anothercol{ }} \newpage %-- ratos % «ratos» (to ".ratos") % (c2m252introp 44 "ratos") % (c2m252introa "ratos") \SLIDE{Os piores ratos do mundo} \scalebox{0.45}{\def\colwidth{8cm}\firstcol{ Isso aqui é um rato: % (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/pet_rat.pdf") % (find-pdf-page "~/LATEX/2025-2-C2-intro/pet_rat.pdf") $$\includegraphics[height=2cm]{2025-2-C2-intro/pet_rat.pdf}$$ Isso aqui é um labirinto: % (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-rato-labirinto.pdf") % (find-pdf-page "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-rato-labirinto.pdf") $$\includegraphics[height=2.5cm]{2025-2-C2-intro/2025-rato-labirinto.pdf}$$ O rato é muito legal! Você bota ele no labirinto e toda vez que ele chega num beco sem saída ele procura outro caminho, até conseguir sair... % (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-rato-rato.pdf") % (find-pdf-page "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-rato-rato.pdf") $$\includegraphics[height=3cm]{2025-2-C2-intro/2025-rato-rato.pdf}$$ }\anothercol{ {} De uns tempos pra cá tem acontecido uma coisa apavorante com os alunos da Engenharia de Produção. Uns 40\% deles se comportam assim: % (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-rato-aluno.pdf") % (find-pdf-page "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-rato-aluno.pdf") $$\includegraphics[height=3cm]{2025-2-C2-intro/2025-rato-aluno.pdf}$$ Eles tentam fazer uma coisa, seguem um caminho errado, chegam num beco sem saída, E PÁRAM -- eles não conseguem recuar, não conseguem tentar outro caminho de jeito nenhum... eles ficam completamente paralisados. Eu ainda estou tentando entender porque isso acontece, mas é difícil entender, porque eles não explicam... \msk Eles são ``os piores ratos do mundo''. \bsk Meses depois alguns desses alunos fizeram uma reclamação na coordenação e eu respondi. Ó, leia: \ssk % http://anggtwu.net/2025-oficio-da-EP-resp.html#macaco \url{http://anggtwu.net/2025-oficio-da-EP-resp.html\#macaco} }\anothercol{ {} Parece que eles acham humilhante fazer hipóteses e testá-las. E por umas outras coisas que eles disseram eu vi que eles acham que eles têm que decorar métodos, e em cada problema eles têm que aplicar ``O Método''... \msk Eu tenho conversado com um monte de especialistas em Educação Matemática, tenho lido um monte de livros e artigos -- os melhores estão aqui: \ssk % http://anggtwu.net/2025.2-C2.html#o-metodo \url{http://anggtwu.net/2025.2-C2.html\#o-metodo} \msk e tou tentando fazer um vídeo e um artigo sobre esse problema e alguns modo de lidar com ele. Mais notícias em breve! \bsk Nesta foto do Uilson com os alunos dele $$\text{[Uilson com alunos felizes]}$$ os alunos estão felizes porque conseguiram fazer um projeto de uma ponte estaiada praticamente sozinhos. {\sl Eles conseguiram fazer isso porque eles já são bastante independentes -- eles já são muito bons em fazerem hipóteses e testá-las!} }} \newpage %-- qca-e-mapa % «qca-e-mapa» (to ".qca-e-mapa") % (c2m252introp 45 "qca-e-mapa") % (c2m252introa "qca-e-mapa") \SLIDE{Um mapa das idéias do vídeo} \scalebox{0.6}{\def\colwidth{9cm}\firstcol{ A primeira idéia do vídeo que eu tou preparando é essa aqui: % (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-QCA.pdf") % (find-pdf-page "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-QCA.pdf") $$\includegraphics[height=3cm]{2025-2-C2-intro/2025-QCA.pdf}$$ Esse gráfico mostra dois jeitos de você lidar com o curso de C2. No jeito 1 você gasta um pouco menos de tempo estudando, mas a quantidade de coisas aprendidas (úteis) é bem pequena. No jeito 2 você gasta um pouquinho mais de tempo estudando mas a QCA é muitíssimo maior. % (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-C2-mapa-peq.pdf") % (find-pdf-page "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-C2-mapa-peq.pdf") $$\includegraphics[height=3cm]{2025-2-C2-intro/2025-C2-mapa-peq.pdf}$$ }\anothercol{ }} \newpage %-- diploma % «diploma» (to ".diploma") % (c2m252introp 48 "diploma") % (c2m252introa "diploma") % (find-TH "2025-alex-bob-e-diploma") \SLIDE{Alex, Bob e diploma} \scalebox{0.35}{\def\colwidth{16cm}\firstcol{ \begin{enumerate} \item O Alex acha que um diploma da UFF de Rio das Ostras vale muito. \item O objetivo do Alex é passar nas matérias com o mínimo de esforço -- porque ele acha que isso vai fazer ele conseguir estágios e depois empregos]. % (find-TH "2012-delpupo" "faxineiros") % http://anggtwu.net/2012-delpupo.html#faxineiros \url{http://anggtwu.net/2012-delpupo.html\#faxineiros} \item O Alex faz Cálculo 2 comigo, e ele resolveu que só vai estudar os capítulos do Stewart que correspondem aos itens do programa oficial do curso. \item A P2 tem uma questão que pede pra ele encontrar a solução de uma equação diferencial {\sl e testá-la}. \item Ele faz um monte de erros de conta, chega na solução errada, e na hora de testar a solução ele faz umas gambiarras {\sl e finge que o teste deu certo}. \item Na vista de prova ele tenta me convencer de que os erros eram pequenos e que ele "seguiu o método" - ele diz "eu aprendi assim". \item O Alex odiava as aulas que tinham exercícios em grupo em que as pessoas tinham que discutir e perguntar. \item O Alex estudava depois, em casa, usando o Youtube e o ChatGPT. \item {\sl Era chato e ele estudava pouco}. \end{enumerate} }\anothercol{ \begin{enumerate} \item O Bob sabe que o diploma vale pouco e que ele tem que aproveitar a faculdade pra aprender o máximo possível. \item O Bob sabe que quando ele for tentar conseguir estágios e empregos as pessoas vão avaliar se ele sabe fazer relatórios impecáveis. \item O Bob entende que um dos objetivos de Cálculo 2 é você aprender a fazer contas enormes fáceis de revisar e de testar. \item O Bob percebe que as técnicas pra "fazer contas enormes fáceis de revisar e de testar" são parecidas com as pra "fazer relatórios impecáveis". \item O Bob viu em alguns exercícios que alguns métodos que ele achava que funcionava davam resultados errados. \item O Bob aprendeu um monte de métodos novos e um monte de métodos melhores, e ele aprendeu a testar tudo. \item O Bob empacou muitas vezes mas ele aprendeu a perguntar. \item Várias perguntas do Bob eram péssimas mas aos poucos ele foi aprendendo a fazer perguntas melhores. \item Os colegas do Bob ficaram gratos ao Bob porque muitas vezes ele fez as perguntas que ninguém tinha coragem de fazer. \item Várias dessas perguntas eram sobre coisas que os livros fingiam que eram óbvias. \item Várias dessas perguntas eram sobre coisas que não estavam bem explicadas em lugar nenhum. \item O Bob entendeu que muitas pessoas estão fazendo "material didático complementar" que usa computadores. \item O Bob entendeu que muitos exemplos bons gerados por programas de computador não existiam há um ano atrás. \item O Bob entendeu que aprender programas de computação simbólica ia ser muito útil. \item O Bob sabe que umas matérias são mais chatas e outras são mais legais mas ele aprendeu a fazer algumas matérias ficarem mais legais. \end{enumerate} }} \newpage %-- sistema % «sistema» (to ".sistema") % (c2m252introp 46 "sistema") % (c2m252introa "sistema") % (find-TH "2025-por-favor-confirme" "sistema") \SLIDE{Historinha sobre o sistema} \scalebox{0.45}{\def\colwidth{12.25cm}\firstcol{ {} O Alex, o Bob e mais três colegas que estudaram junto com eles começaram a estagiar na mesma empresa. A principal tarefa deles é coletar dados e pôr esses dados no sistema da empresa, que é super mal feito. Além disso a documentação dele é incrivelmente ruim, e é a coisa mais chata de ler do mundo. \msk Esse sistema foi feito pelo programador principal da empresa, o programador Fulano, e o sistema se chama FuDados. \msk O Alex está tentando entender o sistema sozinho usando o ChatGPT e o Claude Code. O Bob tentou entender o sistema sozinho durante um tempo mas depois ele começou a mandar umas perguntas por e-mail pro programador Fulano, com cópia pra toda a equipe. \msk As respostas do programador Fulano eram muito mais legíveis do que a documentação que ele tinha escrito antes. Um problema que o Fulano teve quando ele estava escrevendo a documentação original era que ele não sabia pra quem ele estava escrevendo, e é muito difícil a gente escrever algo decente quando a gente não tem idéia de pra quem a gente está escrevendo, e a gente fica lembrando de pessoas que queriam que a gente escrevesse numa linguagem formal, pomposa e chata -- como por exemplo a do livro de GA do Venturi: \ssk \Ca{VenturiGA} \msk Agora quando o Fulano escreve alguma coisa pra empresa -- documentação, telas do sistema, e-mails -- ele imagina que está escrevendo pro Bob, e tudo ficou muito melhor. O Bob também perdeu o medo, e agora ele também escreve bem mais rápido. }\anothercol{ {} Os colegas do Bob também ficaram super gratos ao Bob, e agora eles se ajudam, conversam, e trocam favores -- exceto pelo Alex, que continua fazendo tudo sozinho com o ChatGPT e o Claude Code. \msk Como é que o Bob aprendeu a perguntar? Será que ele já nasceu sabendo? \standout{Não!!!} Quando ele entrou pra faculdade ele era péssimo, ele era quase que patologicamente tímido, e quando ele tinha dúvidas ele achava quase todas as dúvidas dele muito ruins. Mas ele viu que se ele estudasse sozinho bastante ele conseguia responder 90\% das dúvidas dele ele mesmo, e ele começou a tentar reescrever as outras dúvidas várias vezes até elas virarem dúvidas das quais ele não se envergonhasse muito... \msk Tanto o Bob quanto os colegas dele cresceram assistindo séries que tinham garotos calados que um dia faziam uma pergunta genial e aí um professor descobria eles e acabava mandando eles pro MIT. Durante um tempo o Bob ficou tentando preparar perguntas geniais, mas ele viu que era bem raro ele ter perguntas geniais, e ele começou a investir mais energia nas perguntas que podiam parecer bobas mas que possivelmente eram dúvidas que outras pessoas também tinham, e isso deu super certo. \msk Além disso o Bob prestava muita atenção nas perguntas dos outros, e ele foi descobrindo um monte de técnicas pra fazer perguntas que ele achasse boas... por exemplo, ele aprendeu a fazer perguntas que mostravam o que ele sabia o que não, o que ele tinha entendido, e onde ele tinha empacado. \msk {\sl O Bob aprendeu a fazer boas perguntas prestando atenção nas perguntas dos outros, e agora tanto o programador Fulano quanto os colegas do Bob -- exceto o Alex, claro -- estão aprendendo a fazer perguntas melhores prestando atenção nas perguntas do Bob.} }} \newpage %-- relatorios % «relatorios» (to ".relatorios") % (c2m252introp 47 "relatorios") % (c2m252introa "relatorios") % (find-TH "2025-por-favor-confirme" "relatorios") \SLIDE{Historinha sobre relatórios} \scalebox{0.5}{\def\colwidth{10cm}\firstcol{ {} Nesta historinha o Alex e o Bob também estão tra\-ba\-lhan\-do no mesmo lugar. \ssk Uma das tarefas que deram pro Alex e pro Bob é ve\-ri\-fi\-car se uma certa máquina está funcionando direito. Essa máquina produz cabos pra um submarino ROV; cada cabo que ela faz precisa ser testado, e quando ela produz um cabo ruim ou o Alex ou o Bob precisam fazer um relatório que vai ser lido pelo especialista naquela máquina, que vai usar o relatório pra descobrir o que aconteceu com a máquina e consertá-la. O Bob tem uma boa noção de como escrever relatórios que ajudem o especialista a encontrar o defeito bem rápido, mas o Alex faz relatórios que parecem com as provas de Cálculo que ele fazia na faculdade... mais ou menos assim: $$[rabiscos]$$ Quando o Alex fazia uma prova assim ele ia na vista de prova, dizia pro professor que ele tinha estudado muito mas a letra dele era ruim, e ele sempre conseguia convencer os professores de que aqueles rabiscos tinham exatamente a resposta certa -- {\it afinal os professores não tinham como provar que a resposta certa não estava lá}. Mas na empresa isso não funciona -- os relatórios do Alex deveriam servir pra economizar o tempo do especialista, mas eles não estão servindo pra nada e estão só fazendo o especialista perder tempo e ficar puto. }\anothercol{ {} Talvez o objetivo dos cursos de Cálculo 1 do PURO seja só ver se o aluno ``sabia a matéria'' - e aí os rabiscos do Alex eram mais do que suficientes pra ele passar. Mas os alunos têm que se formar sabendo escrever "relatórios impecáveis que sejam úteis pra outras pessoas", e nas matérias de 2o, 3o, 4o período, etc, os professores começam a cobrar que as provas pareçam cada vez mais com ``relatórios impecáveis que sejam úteis pra outras pessoas'' e cada vez menos com ``rabiscos'' -- e aos poucos os alunos vão aprendendo a escrever de jeitos cada vez mais claros e legíveis. \bsk {\sl Eu ainda não consegui entender quais são os critérios de correção dos meus coleguinhas que fazem parte das bancas de revisão de prova.} Eles deveriam ter critérios que premiassem quem faz provas que parecem com "relatórios impecáveis que sejam úteis pra outras pessoas" e punissem provas difíceis de ler, com passos sem pé nem cabeça, ou com indícios de cola, e imagino que eles deixem os critérios deles claros nas turmas deles, nas matérias que eles dão... mas sei lá, não consegui descobrir quase nada, nada faz sentido... veja aqui: \bsk \url{http://anggtwu.net/2025-06-26-bel.html} }} \newpage %-- confirme % «confirme» (to ".confirme") % (c2m252introp 48 "confirme") % (c2m252introa "confirme") % (find-TH "2025-por-favor-confirme") \SLIDE{Por favor confirme...} \long\def\QA#1#2#3{ \par \ColorRed{Q#1:} #2 \par \ColorRed{A#1:} {\bf #3} \msk } \scalebox{0.55}{\def\colwidth{10cm}\firstcol{ {} \QA{1}{Você sabe que eu já dei essa optativa pra pessoas que sabiam só um pouquinho de Matemática Discreta e funcionou super bem?} {SIM.} \QA{2}{Você já ensinou alguma coisa de Matemática ou de Computação pra algum amigo seu?} {SIM.} \QA{3}{Você viu que você tinha que descobrir o que a pessoa sabia e o que ela não sabia pra encontrar as explicações que funcionassem?} {SIM.} \QA{4}{Você lembra que eu já disse várias vezes que essa optativa é pra pessoas de todos os níveis mas que eu preciso que as pessoas falem comigo pra eu descobrir o que elas podem fazer que esteja no nível delas?} {SIM.} \QA{5}{Você quer ser como o Bob das historinhas anteriores quando você crescer?} {SIM.} \QA{6}{Você está fazendo algo pra isso?} {NÃO.} }\anothercol{ {} \QA{7}{Você gosta de conviver com pessoas que não vão falar com você de jeito nenhum?} {NÃO.} \QA{8}{Você costuma se imaginar no lugar dos outros?} {SIM.} \QA{9}{Você entende que muitas vezes a coisa mais importante numa pergunta é que ela faz com que a outra pessoa entenda como a gente está pensando?} {SIM.} \QA{10}{Se eu implorar de joelhos pra você fazer alguma pergunta -- no sentido acima -- pra mim você vai falar comigo e fazer alguma pergunta pra mim?} {NÃO.} \QA{11}{Se eu implorar de joelhos pra você me explicar porque é que você prefere não falar comigo você vai explicar?} {NÃO.} }} \GenericWarning{Success:}{Success!!!} % Used by `M-x cv' \end{document} % (find-pdfpages2-links "~/LATEX/" "2025-2-C2-porque-maxima") % Local Variables: % coding: utf-8-unix % outline-regexp: "\\\\newpage" % ee-tla: "c2pm" % ee-tla: "c2m252porquemaxima" % End: